A tecnologia sempre fez parte do ser humano, e quem aprende a utilizá-la rapidamente ganha status. É motivo de orgulho os pais verem seus filhos saberem mexer em um tablet ou smartphone com pouca idade. Para eles isso poderia ser um medidor de inteligência e habilidade motora. Claro que não se pode negar que a sociedade está cada vez mais tecnológica e é necessário aprendê-la, caso contrário seu filho estará em desvantagem futuramente no mercado de trabalho. No entanto, é saudável passar incontáveis horas em frente de um smartphone e não se dedicar a outras atividades?
Nos anos 90 já era possível encontrar crianças com computador em casa, video games e tv a cabo. No entanto, ainda era comum vê-las brincar com bonecas ou sair para o parque com os colegas, usar patins, jogar futebol e bolinha de gude. Hoje parece que esse lazer está se extinguindo e dando lugar a tablets, a obesidade infantil, a problemas de visão, tendinite, hiperatividade, etc. O mundo infantil está perdendo o poder da criatividade e socialização, pois as antigas brincadeiras feitas em grupo, hoje são feitas em aplicativos já prontos. Não há mais a necessidade de inventar. O problema não está nas novas tecnologias, está na quantidade de hora que se passa nela.
O uso de tecnologias são estimuladas em crianças pequenas, muitas vezes durante horas por dia / Foto Clara Rôças |
O problema não acontece só com os jovens, está presente em todas as camadas sociais e faixa etárias. Com a ascensão do poder aquisitivo e as novidades do mercado tecnológico, podemos dizer que os smartphones foram um divisor de águas para os mais velhos. Se antes eles não se importavam e não entendiam o porquê dos mais jovens passarem horas na frente de um computador, agora eles também compartilham do mesmo vício com os smartphones.
Segundo uma pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine, os motoristas jovens, com menos experiência, tem oito vezes mais chances de sofrerem um acidente ao usarem o celular no carro. O governo dos Estados unidos recentemente lançou uma campanha de conscientização aos motoristas que enviam SMS enquanto dirigem, o que faz aumentar 23 vezes o risco de acidente no trânsito. O problema é tão grave que existem clínicas exclusivamente para dependentes em internet e jogos. Nos Estados Unidos, uma estadia de 45 dias pode sair por US$ 14.500.
Os tablets e smartphones podem ser bons ao melhorar nosso controle motor, porém é o principal vilão na desconcentração e no isolamento. Os jovens da geração “selfie”, parecem não saber aproveitar o melhor que a tecnologia pode oferecer. É preciso que a sociedade não trate com naturalidade casos de dependência tecnológica e que haja uma campanha de conscientização. Assim, finalmente a mania antes vista com inocente poderá ser vista como preocupante.
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