segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Dor, lágrimas, emoção e ouro

Rodrigo Luiz da Silva
7º Periodo 

Se a Itália não repetiu o sucesso de sua esgrima nos jogos paraolímpicos, mas se as medalhas faltaram sobrou emoção na única conquista italiana na modalidade.
O ouro veio com a esgrimista Beatric Vio, de apenas 19 anos na categoria B na esgrima de cadeira de rodas. Nesta modalidade as competições são divididas em duas categorias: Classe A, onde os atletas que podem manter sua estabilidade ao sentar, movem o tronco em todos os sentidos e não possuem nenhuma limitação para manejar a espada e classe B destinada a atletas cuja habilidade de manter a estabilidade é limitada, e necessitam de sustentação. 
Em ambas as categorias as cadeiras são fixadas durante a competição
Em sua infância Beatrice tinha três paixões, as quais ela chamava os tres S's": scuola (escola), scoutismo (escotismo) e scherma (esgrima) que ela iniciou quando tinha cinco anos. Em 2008 ela contraiu, o que se pensava ser uma simples gripe, o que mais tarde foi revelado ser uma grave meningite. Ela sofreu necrose, o que a levou a amputar as duas pernas e os dois braços um pouco abaixo aos cotovelos. Logo após se recuperar, após três meses de tratamento, Beatrice não desistiu da esgrima e voltou a treinar, utilizando próteses especiais adaptadas as suas necessidades.
Os Jogos Paraolímpicos de Verão de 2012, quando tinha apenas 15 anos, ainda eram muito cedo para que pudesse de fato participar como atleta , mas ainda assim ela foi escolhida para ser portadora da tocha para a cerimônia de abertura depois de uma campanha on-line, onde mais de mil pessoas por e-mail escreveram para o Comitê Paraolímpico Internacional para apoiar sua candidatura.
Bebe, como é chamada por seus amigos seguiu uma trajetória vitoriosa  ao vencer uma Copa do Mundo e dois Campeonatos Europeus . Terminou o ano de 2015 invicta, e chegou ao Rio de Janeiro como a grande favorita à medalha de ouro no florete.
Como esperado chegou a fase final eliminatória invicta, vencendo seu cinco confrontos anteriores por 5-0. Nas quartas de final ela venceu a polonesa Marta Makowska por 15–6, no confronto seguinte bateu a então campeã paralímpica, a chinesa Fang Yao, por 15–1. Na fina Bebe, como é chamada pela imprensa italiana voltou a enfrentar uma chinesa Jingjing Zhou

Após assumir a liderança, Bebe cedeu ao empate no sétimo pontoa luta foi interrompida quando a ponta da folha de seu oponente foi acidentalmente em sua máscara. Após a aplicação de gelo no local o combate recomeçou e Beatrice voltou a assumir a liderança, não dando mais chances a chinesa, vencendo o combate em impecáveis 15-7, para alegria dos italianos e brasileiros presentes na Arena 3 que apoiaram a bravíssima italiana.

Uma explosão de alegria se seguiu após o ultimo toque que lhe garantiu a vitória e a tão sonhada medalha de ouro paraolímpica.

Fotos: Rodrigo Luiz

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