Rodrigo Luiz da Silva
7º Periodo
Se a Itália não repetiu o sucesso de sua esgrima nos jogos paraolímpicos,
mas se as medalhas faltaram sobrou emoção na única conquista italiana na modalidade.
O ouro veio com a esgrimista Beatric Vio, de apenas 19 anos
na categoria B na esgrima de cadeira de rodas. Nesta modalidade as competições
são divididas em duas categorias: Classe A, onde os atletas que podem manter
sua estabilidade ao sentar, movem o tronco em todos os sentidos e não possuem
nenhuma limitação para manejar a espada e classe B destinada a atletas cuja
habilidade de manter a estabilidade é limitada, e necessitam de sustentação.
Em sua infância Beatrice tinha três paixões, as quais ela
chamava os tres S's": scuola (escola), scoutismo (escotismo) e scherma
(esgrima) que ela iniciou quando tinha cinco anos. Em 2008 ela contraiu, o que
se pensava ser uma simples gripe, o que mais tarde foi revelado ser uma grave
meningite. Ela sofreu necrose, o que a levou a amputar as duas pernas e os dois
braços um pouco abaixo aos cotovelos. Logo após se recuperar, após três meses
de tratamento, Beatrice não desistiu da esgrima e voltou a treinar, utilizando
próteses especiais adaptadas as suas necessidades.
Os Jogos Paraolímpicos de Verão de 2012, quando tinha apenas
15 anos, ainda eram muito cedo para que pudesse de fato participar como atleta ,
mas ainda assim ela foi escolhida para ser portadora da tocha para a cerimônia
de abertura depois de uma campanha on-line, onde mais de mil pessoas por e-mail
escreveram para o Comitê Paraolímpico Internacional para apoiar sua candidatura.
Bebe, como é chamada por seus amigos seguiu uma trajetória
vitoriosa ao vencer uma Copa do Mundo e
dois Campeonatos Europeus . Terminou o ano de 2015 invicta, e chegou ao Rio de Janeiro como a grande favorita à medalha de ouro no florete.
Como
esperado chegou a fase final eliminatória invicta, vencendo seu cinco
confrontos anteriores por 5-0. Nas quartas de final ela venceu a polonesa Marta
Makowska por
15–6, no confronto seguinte bateu a então campeã paralímpica, a chinesa Fang
Yao, por 15–1. Na fina Bebe, como é chamada pela imprensa
italiana voltou a enfrentar uma chinesa Jingjing
Zhou.
Após assumir a liderança, Bebe cedeu ao empate no sétimo pontoa luta foi interrompida quando a ponta da folha de seu oponente foi acidentalmente em sua máscara. Após a aplicação de gelo no local o combate recomeçou e Beatrice voltou a assumir a liderança, não dando mais chances a chinesa, vencendo o combate em impecáveis 15-7, para alegria dos italianos e brasileiros presentes na Arena 3 que apoiaram a bravíssima italiana.
Uma explosão de alegria se seguiu após o ultimo toque que lhe garantiu a vitória e a tão sonhada medalha de ouro paraolímpica.
Fotos: Rodrigo Luiz
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