quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ESTÁGIO: APRENDIZAGEM OU UMA NOVA OCUPAÇÃO PROFISSIONAL?

Por: Leilton Rodrigues - 7º período
                                                                                                     
                                                                                      Foto: Arquivo Pessoal
Yasmin Azeredo acredita que qualificação e facilidade 
de lidar com pessoas contribuí na vaga de estágio

Uma das funções que mais cresce no Brasil é a de estagiário, que pode ser obrigatório ou não. Toda atividade nesta área deve se enquadrar em uma dessas modalidades. Seja pela mão de obra barata, tentativa de inserir, cada vez mais cedo, os jovens no mercado de trabalho, ou pela facilidade de moldagem do profissional que chega ainda “cru”, sem vícios profissionais. A Associação Brasileira de Estágios (ABRES) aponta que no ano de 2016, dos 9.601.576 alunos de ensino médio e técnico, apenas 260 mil estagiam, ou seja, 2,7%, enquanto 8.027.297 estudantes do ensino superior, somente 740 mil estagiam, um percentual de 9,2%.

O estágio se torna em tese um complemento da formação acadêmica, onde o aluno consegue colocar em prática, o que vivencia na escola, curso técnico ou na faculdade. As empresas estão cada vez mais exigentes e acabam procurando currículos impecáveis. Não é difícil ver vagas de estágio que solicitam experiência na área. Com o passar dos anos, as empresas acabaram perdendo o objetivo inicial, que antes tinha ênfase educacional, e o estagiário ficou o estigma de mão de obra de baixo custo, uma espécie de faz tudo.

A aluna de Jornalismo Yasmin Azeredo, de 20 anos, atua como estagiária na parte de comunicação da Fundação Getúlio Vargas e diz que, em alguns momentos o fluxo de trabalho é intenso. “Através do site vagas.com, fui chamada para fazer prova de seleção dois dias depois da inscrição. Após passar, tive uma entrevista com meu gestor, e já estou lá há sete meses. Realizo o atendimento em geral, seja de forma presencial ou por email, e às vezes fico muito atarefada,”, conta Yasmin.

Embora a lei que regulamenta a situação dos estagiários só tenha sido reformulada em 2008 (a primeira tinha sido feita em 1997), algumas empresas conseguem burlar esta lei e, ao contratar os estudantes, beneficia-se das isenções, mas sem o compromisso com o processo de aprendizagem favorável à formação do jovem. Em contrapartida, os contratantes dizem receber estudantes com formação não tão qualificada, como esperavam.

Para tentar resolver estas questões, algumas organizações utilizam-se dos Trainees, que são profissionais que estejam formados em até 24 meses e o os preparam para atuação em posições de gestão. 

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