A experiente jornalista da Rede Globo apresenta seu mais
recente lançamento, A verdade é teimosa,
no Café Literário da XVIII Bienal do Livro 2017.
Míriam Leitão no Café Literário. Créditos: William Corrêa / Acervo
Por William Corrêa - 7º período - Realizada em 10/09/2017
Conhecida nos bastidores dos jornais como incisiva e por
nunca se contentar com “informações oficiais”, a mineira Míriam Leitão esteve
presente no último dia da XVIII Bienal do Livro 2017, para lançar A verdade é teimosa, que conta as
graves conseqüências da crise política no Brasil e projeta os desafios para o
futuro.
Acompanhada de seu marido e também escritor Sérgio
Abranches, a sempre séria comentarista de economia recebeu os visitantes com
sorrisos e simpatia. No debate intitulado “a era do imprevisto”, participou
como mediador o também jornalista da GloboNews, Marcelo Pimentel Lins.
Míriam rasga elogios ao evento: “este espaço (Café
Literário) é maravilhoso. Trazia meus filhos á Bienal quando crianças, depois
quando adolescentes. Vir como autora é sempre algo que me emociona”.
Questionada sobre as dificuldades econômicas da literatura brasileira, ela
ressalta o “acreditar no livro” das editoras presentes no próprio evento: “eu
vejo os stands lotados, o modo como todos reagiram, e sou capaz de olhar pra
frente”.
Frisando a temática do seu livro, a verdade é teimosa, a comentarista é questionada se a população
brasileira pode olhar para frente: “o presente é doloroso mesmo. São três anos
seguidos de recessão. O país está sangrando”. “No meu livro, faço vários
alertas sobre os riscos que foram assumidos e que causaram os problemas de
agora”, lembra.
Motivos históricos para essa desorganização fundamentam a
opinião de Míriam: “somos um país muito jovem, não temos o hábito de planejar,
mas é preciso olhar para as histórias que o Brasil ainda pode criar”.
Reportagens e questionamentos jornalísticos
Aproveitando o espaço, Míriam conta que a partir do dia
19 de outubro estréia na GloboNews “pé na estrada”, uma série de reportagens
feitas pela jornalista que irá retratar o “imprevisto” do nosso país, já que o
desemprego bate recordes a cada dia e surgem novas profissões em todo o
território: “cada um cria seu próprio trabalho, não emprego como estamos
acostumados a ver, mas frentes de renda”. A experiência também está presente
neste trabalho: “lembro de viajar finais de semana pro Amazonas, Pará...
Encontrei uma vez um senhor de 95 anos e perguntei se ele tinha alguma
recomendação para passar. Ele disse algo muito atual, que é gostar do que você
faz, e que a tecnologia e a economia irão destruir empregos e criar novos”.
Na rodada de perguntas, a experiente cronista respondeu
com sinceridade ás grandes dificuldades do jornalista de política e economia em
manter a imparcialidade frente ás notícias que parecem tão “evidentes” aos
consumidores: “primeiro, não desistam do jornalismo. O grande segredo é buscar
formação nos instrumentos da comunicação. Não dá pra bancar o “sabe-tudo”. É
sempre bom ouvir, olhar os dados; a opinião nasce da informação”. “Não quero
converter ninguém, mas as pessoas formulam suas hipóteses através do que é
passado, mesmo que essas hipóteses sejam contrárias ás de outras pessoas”.
Disse.
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