segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Míriam Leitão mostra seu lado escritora na Bienal

A experiente jornalista da Rede Globo apresenta seu mais recente lançamento, A verdade é teimosa, no Café Literário da XVIII Bienal do Livro 2017. 

 Míriam Leitão no Café Literário. Créditos: William Corrêa / Acervo


Por William Corrêa - 7º período - Realizada em 10/09/2017

Conhecida nos bastidores dos jornais como incisiva e por nunca se contentar com “informações oficiais”, a mineira Míriam Leitão esteve presente no último dia da XVIII Bienal do Livro 2017, para lançar A verdade é teimosa, que conta as graves conseqüências da crise política no Brasil e projeta os desafios para o futuro.
Acompanhada de seu marido e também escritor Sérgio Abranches, a sempre séria comentarista de economia recebeu os visitantes com sorrisos e simpatia. No debate intitulado “a era do imprevisto”, participou como mediador o também jornalista da GloboNews, Marcelo Pimentel Lins.

“A bienal é meu xodó”

Míriam rasga elogios ao evento: “este espaço (Café Literário) é maravilhoso. Trazia meus filhos á Bienal quando crianças, depois quando adolescentes. Vir como autora é sempre algo que me emociona”. Questionada sobre as dificuldades econômicas da literatura brasileira, ela ressalta o “acreditar no livro” das editoras presentes no próprio evento: “eu vejo os stands lotados, o modo como todos reagiram, e sou capaz de olhar pra frente”.
Frisando a temática do seu livro, a verdade é teimosa, a comentarista é questionada se a população brasileira pode olhar para frente: “o presente é doloroso mesmo. São três anos seguidos de recessão. O país está sangrando”. “No meu livro, faço vários alertas sobre os riscos que foram assumidos e que causaram os problemas de agora”, lembra.
Motivos históricos para essa desorganização fundamentam a opinião de Míriam: “somos um país muito jovem, não temos o hábito de planejar, mas é preciso olhar para as histórias que o Brasil ainda pode criar”.

Reportagens e questionamentos jornalísticos

Aproveitando o espaço, Míriam conta que a partir do dia 19 de outubro estréia na GloboNews “pé na estrada”, uma série de reportagens feitas pela jornalista que irá retratar o “imprevisto” do nosso país, já que o desemprego bate recordes a cada dia e surgem novas profissões em todo o território: “cada um cria seu próprio trabalho, não emprego como estamos acostumados a ver, mas frentes de renda”. A experiência também está presente neste trabalho: “lembro de viajar finais de semana pro Amazonas, Pará... Encontrei uma vez um senhor de 95 anos e perguntei se ele tinha alguma recomendação para passar. Ele disse algo muito atual, que é gostar do que você faz, e que a tecnologia e a economia irão destruir empregos e criar novos”.
Na rodada de perguntas, a experiente cronista respondeu com sinceridade ás grandes dificuldades do jornalista de política e economia em manter a imparcialidade frente ás notícias que parecem tão “evidentes” aos consumidores: “primeiro, não desistam do jornalismo. O grande segredo é buscar formação nos instrumentos da comunicação. Não dá pra bancar o “sabe-tudo”. É sempre bom ouvir, olhar os dados; a opinião nasce da informação”. “Não quero converter ninguém, mas as pessoas formulam suas hipóteses através do que é passado, mesmo que essas hipóteses sejam contrárias ás de outras pessoas”. Disse.

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