terça-feira, 10 de outubro de 2017

Dr.Silvana e Cia, alegria em forma de música.

Dr.Silvana e Cia, alegria em forma de música.

Por Luis Carlos Afonso Pires - 7º período | Campus Madureira

O entrevistado é Cícero Pestana, guitarrista e vocalista do Dr.Silvana, Banda que desde a década de 80 faz um Pop Rock bem-humorado na música Brasileira, e o bom astral do grupo permanece intacto nos dias de hoje com o trio fazendo alegria em forma de música.
Vamos ao papo com Cícero, essa figura carismática e alto astral.

Entrevista por Luis Carlos
Fotos: Divulgação.


Você é o único remanescente da formação original do Dr.Silvana e Cia. Conte-nos sobre o começo do grupo. Aliás, por que o Nome Dr. Silvana?


Bem, eu e EDU Lissovsky (baterista) tocávamos com o artista Márcio Greyck, fazendo excursões através do Brasil, lá pelos anos 80,81. Quando surgiu a ideia de montarmos uma banda de rock, já que o cenário musical tendia para isso e sendo nossa onda, o Edu sugeriu 2 amigos para essa empreitada: Zulu (Baixo) e Ricardo (cantor) e ainda uma outra pessoa que fazia backings no M.Greyk: a Claudinha (Daí a vozinha fininha do "Serão Extra"), que durou um ano com a banda mas, por problemas particulares, saiu logo após o lançamento do 1º Compacto (assim que chamavam um pequeno disquinho de vinil contendo 2 músicas). Ante uma rádio alternativa e após várias tentativas de nomes (inclusive "Sabor Morango" que fizemos um show com a abertura do "Kid Abelha", na época ainda começando também) "chutei" DR. Silvana & Cia, uma alusão ao cientista vilão da HQ Capitão Marvel. Como não havia saída esse nome colou. 

Cícero Pestana com sua Banda Dr.Silvana

O Dr.Silvana sempre fez Rock com letras bem-humoradas, coisas que grupos como Ultraje, que é contemporâneo de vocês, também faziam, sem esquecer do Joelho de Porco na década de 70. Quando o Mamonas Assassinas se tornou um grande sucesso fazendo justamente aquilo que vocês faziam anos atrás, isso foi uma valorização para o estilo ou o fato de apenas o Mamonas ficar no auge fez com que se tornasse limitado?

Com o lançamento e consequente sucesso estrondoso do grupo Mamonas Assassinas, as bandas que exploravam o duplo sentido e o humor, saíram da marginalidade e ganharam aceitação melhorada diante do público, pois éramos um pouco discriminados ("Bulling" pra ficar moderno...rsrsrsrsrs) pois as bandas dos 80 eram muito politizadas e panfletárias.


Cícero, lembro que você apareceu no programa da Luciana Gimenez. Conte-nos sobre como participar do programa e o que essa exposição trouxe para você e para o grupo?

O programa da Luciana Gimenes foi uma tentativa de divulgar nacionalmente o nome da banda, mas, apesar do programa ser transmitido em rede nacional com razoável audiência, nos projetou mais na área da grande São Paulo. Foi muito divertido além de eu realmente emagrecer um pouco...rsrsrsrsrs.


Apesar de toda alegria, vocês passaram por uma tragédia pessoal que foi a morte do baixista original, Jorge Soledade, o Zulu. Como foi esse momento?

O Zulu já estava afastado da banda, pelo menos 10 anos, bem como Ricardo e Edu, então o seu falecimento não afetou a carreira da banda só foi um baque emocional pessoal, pois éramos muito amigos e ele era muito novo, mas realmente já não nos víamos a mais de 10 anos.


Vocês curtem fazer parte hoje desse “revival” dos anos 80 ou preferiam se dissociar disso para que a banda não ficasse marcada apenas pelo que fez passado?

Esse "revival" dos anos 80 através de festas temáticas (como a festa PLOC) realmente deu uma empurrada, pois o que já estávamos forçando, começou a se tornar mais natural, como execução em rádios e convites para shows, como deveria ser natural pois nosso país é muito grande e existe espaço para todos, e  com a mudança do perfil do público, que agora exige muito mais músicas de sucesso do que autorais (o povo quer cantar junto), não seria muito inteligente de nossa parte se não aproveitássemos tudo o que conquistamos nesses quase 35 anos de carreira, além do que é muito prazeroso tocar sucessos de amigos da época da nossa maneira junto com nossos próprios sucessos.

Cícero Pestana, a alegria em pessoa.
Sempre quando eu ouço "Eh Oh", a sensação que tenho é de alegria, e talvez seja essa mesmo a energia passada pela banda. Junto de "Serão extra", elas são os maiores hits do grupo?

Eh! Oh! e Serão extra são sem dúvida nossos maiores sucessos, apesar de termos “Coisa mais Gostosa”, “Bertha, Incerteza” e “Sukiaki” entre músicas muito pedidas, mas nem sempre tocadas. Somamos isso a músicas atuais que já estão se tornando sucesso também através dessa globalização bem-vinda que é a internet: “Pagode”, “Solidariedade”, “Esperar “ e “Você e Esse Ano”.


O que fazem hoje o ex-vocalista Ricardo Zimetbaum e p ex-baterista Edu Lissovsky?

Ricardo Zimet continua sendo o empresário que sempre foi dividido entre seus diversos empreendimentos. Edu Lissovsky continua ligado a música tendo formado algumas bandas de sucesso com Celebrare. Após a gravação de um DVD dos 30 anos do DR Silvana & Cia tenho tido o prazer e a honra de dividir o palco com os dois algumas vezes tendo o Vagner Beraldo que (junto com Maurício Mello faz parte da atualidade) ocupa a posição do amigo Zulu.

Capa do primeiro disco com a formação clássica do grupo.

Essa formação se permaneceu estável e como um trio já que desde que o Ricardo saiu, você assumiu os vocais do Dr.Silvana. Como foi essa transição?  Foi difícil naquele momento assumiu as vozes e tocar guitarra ou foi um passo natural?

Com a saída do Ricardo Zimet por volta de 88 após várias tentativas de novos vocalistas acabei assumindo a titularidade, mas sempre tive muita noção de vocais, foi só uma questão de adaptação.


O que a banda tem feito e quais os planos futuros?

A banda tem feito muitos shows (Graças a Deus!!!) pelo Brasil todo e pretendemos lançar o DVD gravado em 2014 mas não lançado ainda e gravar mais um DVD. 
Acredito que finalmente estamos chegando a um reconhecimento que nunca tivemos. 

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