sábado, 30 de setembro de 2017

Mãe supera a dor da perda da filha transformando vidas



Por Mariana Valadão - 6º período | Campus Madureira


Dona Eunice de Souza da Silva, 67 anos, veio da Paraíba para o Rio de Janeiro aos 27 anos e logo começou a trabalhar como costureira. Aqui se casou, teve duas filhas e foi morar na divisa entre Seropédica e Nova Iguaçu. No ano 2000, uma de suas filhas foi nadar no Rio Guandu e morreu afogada. O que para muitos seria motivo de desistência, para ela foi impulso para fazer a diferença na vida de outras pessoas. Hoje ela é mãe de 9 filhos adotivos, 17 crianças em processo de adoção e 10 em lar temporário pelo Conselho Tutelar.

- Deus me deu a missão de ser mãe. Quando meus filhos estão brigando, coloco eles para se abraçar e digo: vocês vão ficar aí até aprender amar – diz Dona Eunice.

Batalhadora, não se limita a cuidar dos seus filhos. Ela administra a Creche Comunitária Prados Verdes onde estudam 79 crianças de Nova Iguaçu. Seu objetivo principal é que nenhuma dessas crianças se envolvam com drogas e prostituição. Ela deseja que na idade certa todos eles arrumem trabalho e sejam pessoas honestas.

Além disso, ela gerencia o Costura Unida, uma confecção de roupas composta de mulheres da região. As que desejam, ela ensina o ofício de costureira e disponibiliza as máquinas. Comida, roupas e brinquedos chegam o ano todo, mas produção de costura não é sempre.

- Se não tem produção e falta algo para uma delas (as costureiras do Costura Unida), eu dou roupa, dou sapato, dou arroz. O que estiver faltando. Aqui não falta nada. É simples, mas o básico não falta para mim e meus filhos. Também não deixo que falte para elas - afirma Dona Eunice.

Dona Eunice com as costureiras do Costura Unida e lideranças da Rede Asta

Em 2012, o grupo produtivo entrou para a Rede Asta, um negócio social que tem por propósito ser uma rede do bem onde pessoas e resíduos ganham um novo começo. Dentro da rede, elas participaram de um projeto financiado pelo Instituto Coca-Cola e em parceria com a designer Mana Bernardes cocriaram a Coleção Folhas do Quintal. Elas se inspiraram nas folhas que caíam no quintal da Dona Eunice. Deste lugar cheio de árvores e crianças que surgiu a ideia para almofadas em formato de folha e imprimir em tela a textura das folhas para estampar jogos americanos e almofadas. O tecido de todas as peças é produzido a partir de fios de algodão reciclado e poliéster feito de garrafas PET, onde cada metro equivale a três garrafas a menos no meio ambiente.

No início de 2017, elas também participaram da Escola deNegócios Entusiasta da Rede Asta que tem por objetivo dar mais autonomia aos grupos do negócio social, gere renda para elas e crie redes entre as artesãs e costureiras de grupos e regiões diferentes. 

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