domingo, 21 de setembro de 2014

Da pesca movimentada ao trabalho acanhado

Reportagem: Chailon Conceição (7º Período)

Foto: Chailon Conceição
Durante muitos anos Niterói figurou entre os principais centros pesqueiros do Estado do Rio de Janeiro, quando a produção do pescado começou a cair na década de 1980. Um exemplo desta decadência está a colônia dos pescadores do Chatão, na Ilha da Conceição que atualmente amarga um dos seus piores momentos. O local concentrou no passado, alternadamente, cerca de 300 profissionais. Hoje esse número se resume a noventa. Grande parte desta derrocada se deve à escassez de peixes em função da poluição às margens da Baía de Guanabara.

Frente às dificuldades, os poucos trabalhadores da pesca artesanal que atuam na região se esforçam para manter vivas as tradições e garantir o sustento da família. Segundo José Pires (Russo), que há 36 anos ingressou neste seguimento, boa parte dos recursos arrecadados com a cultura pesqueira é divido igualmente entre os próprios companheiros na região. Outra fração é direcionada à tradicional Festa de São Pedro no dia 29 de junho.
"Hoje não dá para viver só da pesca. Quando está ruim, de um ‘lado’, a gente tem que recorrer às outras opções como trabalhar no aluguel e manutenção de embarcações. Aqui temos uma relação de irmãos com nossos colegas. Todos se conhecem e se dedicam para preservar esse espaço", afirma.

Ainda de acordo com José, uma diária em uma das embarcações com capacidade para acomodar até 10 pessoas custa em média R$680 reais. Hoje essa é a principal fonte de renda de quem atua com a pesca.

Foto: Chailon Conceição
Despoluição vai atrasar - A promessa do governo do estado do Rio de despoluir 80% da Baía de Guanabara até 2016, conforme compromisso assumido com o Comitê Olímpico Internacional para sediar as Olimpíadas, não vai ser cumprida. A nova previsão é atingir a meta de 80% da população fluminense com  acesso a serviços de saneamento básico em 2018 -  o esgoto doméstico é a principal fonte de poluição da baía.

De acordo com informações do Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, a despoluição completa vai levar pelo menos 15 anos e depende de um trabalho conjunto da sociedade com os três níveis de governo.  O comitê foi criado em 2006, por decreto estadual, com a missão de "integrar os esforços do Poder Público, dos usuários e da sociedade civil, para soluções regionais de proteção, conservação e recuperação dos corpos de água, viabilizando o uso sustentado dos recursos naturais, a recuperação ambiental e a conservação".


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