O sorriso e a simpatia são armas de venda da empresária Andresa Souza |
Quem conheceu a Região Oceânica antes da explosão
habitacional e não mais a visitou, fica surpreso ao constatar que o lugar, que
era conhecido apenas como mais um balneário sem nenhuma opção de negócios, sem
ter onde comprar o que quer que fosse, ou obter serviço, cresceu
desenfreadamente em termos habitacionais, acompanhado pelo tão desejado desenvolvimento econômico. Não só grandes
empresas, mas profissionais liberais, prestadores de serviços dos mais variados
setores já estão estabelecidos no local. Mas quem deveria aquecer e aproveitar
esse mercado, na verdade o desdenha.
Lojas oferecem os mais variados produtos a preços
compatíveis com o mercado de todo estado, com charme e variadas formas de
chamariz. O que ainda não parece suficiente para a população da RO. O que se vê
pela principal avenida do bairro, Francisco da Cruz Nunes, são lojas para
alugar, lojistas passando ponto e os que lutam para se manter, anunciando
promoções que atraiam desesperadamente o público.
- Quando resolvi montar uma loja aqui na região, acreditei no
crescimento imobiliário e falta de opção de artigos infantis. Minha loja é
especializada em sapatos e roupas para crianças, produtos que toda mãe precisa,
mas fecho o mês com muita dificuldade. Ao contrário do que eu apostei, as pessoas
preferem se deslocar até o Centro da cidade para comprar – contou Andresa
Souza, proprietária da loja Meu Mundo Encantado.
Entre os pequenos lojistas é unanime a reclamação da falta
de valorização por parte dos moradores
da RO. Paulo Silva , proprietário da pastelaria Mania de Pastel, diz que a maioria
dos moradores da região usa apenas os serviços de mercados, drogarias,
restaurantes e postos de gasolina por necessidade diária.
- As pessoas aqui vivem de novidade. Quando se abre algo
novo, fica cheio. Dois meses depois já se sente a baixa na frequência. O motivo
é difícil dizer. Acomodação talvez. Aqui as lojas têm que ter entregas em
domicílio, caso contrário não vendem. As que dependem de visita presente do
consumidor, geralmente não sobrevivem. Complicado demais viver do comércio
aqui. Na minha loja há dia que recebo duas pessoas. Como pagar as despesas
desse jeito? – lamentou Paulo.
Grandes empresas já foram abertas no bairro, dentre elas
concessionárias BMW e Peugeot e a rede de lanches Mc’Donald são algumas das
grandes marcas que desistiram de manter negócios no balneário de Niterói.
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