terça-feira, 6 de dezembro de 2016

FGV lança centro de inovação educacional

Daniel Soares
7 Período

Políticas e modelos de educação que já deram certo no Brasil serão a fonte de estudos do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (Ceipe), lançado hoje (28) pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV/EBAPE), em parceria com o Programa de Política Educacional Internacional da Universidade de Harvard e do Instituto Brookings, dos Estados Unidos. O lançamento foi no Palácio da Cidade, da Prefeitura do Rio, em Botafogo, zona sul da cidade e contou com a presença de especialistas do setor.

A diretora do Ceipe, Cláudia Costin, foi ex-secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, ex-diretora global de Educação do Banco Mundial e professora visitante na Faculdade de Educação da Universidade de Harvard. Ela disse que acredita ser possível expandir boas experiências pelo país a partir da análise dos resultados que apontem evidências científicas capazes de significar reais avanços da educação do país. "Educação, assim como outras áreas, tem protocolos e abordagens que funcionam de forma melhor que em outras. Então, estudar quais processos e especialmente quais pedagogias funcionam melhor também é um dos objetos do centro", conta Cláudia.



Formação docente 

Segundo a professora, estudos mostram que em alguns casos o fato de professores terem mestrado e pós-graduação, embora sejam necessários, não significa que estão preparados para a criação de novos projetos ou de desenvolvimento direto de ações com os alunos. Uma das explicações pode estar nos cursos oferecidos pelas universidades, incluindo a formação do profissional de educação. Para ela, o centro pode ser um espaço para as universidades que queiram repensar seus departamentos de educação e compartilhar suas atividades. "Evidentemente cada universidade tem seu próprio currículo e elas têm autonomias para isso, mas nós conhecemos o chão da escola e sabemos o que o professor egresso de alguns desses departamentos vêm dizendo sobre o preparo que receberam", contou.

Claudia Costin contou que, como secretária municipal de Educação, recebeu muitos relatos de professores de que algumas universidades tinham uma formação extremamente teórica e não voltada à prática em sala de aula. Como bom exemplo de formação profissional ela citou os cursos de engenharia e de medicina, em que os estudantes já começam a ter atividades práticas enquanto estão no curso. "Ele aprende fundamentos na medicina, mas boa parte do seu curso é voltada para a prática profissional que ele vai ter. Isso a gente tem que resgatar na educação. Dissociar teoria e prática não funciona", completou.


A diretora destacou que o centro é apartidário e isso é importante neste momento em que o país está passando por um período de polarização política. " Uma parte dessa polarização é compreensível dado os episódios recentes, mas nós que estamos lidando com as futuras gerações que estão sendo construídas temos que ter um olhar de longo prazo, olhar com que tipo de país e de pessoas queremos avançar", contou.

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