Mais de um terço dos aposentados continua trabalhando, diz pesquisa
Por Rose Madeo - 8º período
Imagem da Internet
Segundo pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL),
mais de um terço das pessoas acima de 60 anos que já estão aposentadas no
Brasil, continuam trabalhando. A proporção é de 33,9%. Considerando os
aposentados que tem entre 60 e 70 anos, o percentual dos que trabalham sobe
para 42,3%.
A
principal justificativa entre os aposentados que ainda trabalham, é a
necessidade de complementar a renda. Para 46,9%, a aposentadoria não é
suficiente para pagar as contas e despesas pessoais. Já 23,2% dizem que
continuam no mercado para manter a mente ocupada e 18,7%, para se sentirem mais
produtivos. Outros 9,1% dizem que precisam trabalhar para ajudar familiares.
Entre os
aposentados que continuam no mercado, a maioria, com 17%, são profissionais
autônomos. Outros 10% são trabalhadores informais ou fazem bicos, enquanto 2,1%
são profissionais liberais. Os que são funcionários de empresas privadas somam
1,7%.
A aposentadoria e o recebimento de pensão são a principal fonte de renda para 74,6% dos idosos brasileiros. A pesquisa ainda aponta que, para 23,4% dos aposentados, a renda atual não é suficiente para atender a todas as necessidades. Mesmo assim, 9 em cada 10 idosos (95,7%) contribuem ativamente para o sustento financeiro da casa, sendo que em mais da metade dos casos (59,7%) eles são os principais responsáveis.
Sissa Schultz. Foto: Arquivo pessoal.
Sissa
Schultz é poeta, escritora, tem 79 anos, é mineira de Juiz de Fora, mas mora em
Niterói, RJ, há 51 anos. Está aposentada desde 1984 e nunca parou de trabalhar.
“Nunca
pude parar de trabalhar, porque eu era separada e meu ex-marido dava pensão
para meus filhos, porém, ele perdeu o emprego e não teve mais condições de dar
a pensão. Então, comecei a ir a Juiz de Fora buscar linguiça e queijo para
vender. Também vendi bijuterias, roupas, até que comecei a trabalhar com eventos
na década de 90”, diz Sissa.
Em
sociedade com uma amiga, Sissa abriu uma produtora e editora de livros. Fizeram
agendas com a cultura cigana, porém, 2 mil agendas vieram erradas e foi preciso
fazer uma 3ª edição e indicaram uma editora, onde eles gostaram do assunto e fizeram
5 mil agendas. Mais tarde, Sissa foi convidada por esta editora para ser
distribuidora de agendas e produtos, nas papelarias e livrarias de Niterói.
“Estou nisso
há 24 anos e continuo. Com a aposentadoria pelo Estado, eu recebo R$ 1.140 por
mês e como distribuidora, ganho em média, R$ 2.000 reais mensais. É a minha sobrevivência”,
afirma a aposentada.
Sissa Schultz. Foto de Rose Madeo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário