domingo, 4 de dezembro de 2016

APOSENTADOS QUE VOLTARAM AO MERCADO DE TRABALHO

Mais de um terço dos aposentados continua trabalhando, diz pesquisa

Por Rose Madeo - 8º período

Imagem da Internet

            Segundo pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mais de um terço das pessoas acima de 60 anos que já estão aposentadas no Brasil, continuam trabalhando. A proporção é de 33,9%. Considerando os aposentados que tem entre 60 e 70 anos, o percentual dos que trabalham sobe para 42,3%.

          A principal justificativa entre os aposentados que ainda trabalham, é a necessidade de complementar a renda. Para 46,9%, a aposentadoria não é suficiente para pagar as contas e despesas pessoais. Já 23,2% dizem que continuam no mercado para manter a mente ocupada e 18,7%, para se sentirem mais produtivos. Outros 9,1% dizem que precisam trabalhar para ajudar familiares.

          Entre os aposentados que continuam no mercado, a maioria, com 17%, são profissionais autônomos. Outros 10% são trabalhadores informais ou fazem bicos, enquanto 2,1% são profissionais liberais. Os que são funcionários de empresas privadas somam 1,7%.

          A aposentadoria e o recebimento de pensão são a principal fonte de renda para 74,6% dos idosos brasileiros. A pesquisa ainda aponta que, para 23,4% dos aposentados, a renda atual não é suficiente para atender a todas as necessidades. Mesmo assim, 9 em cada 10 idosos (95,7%) contribuem ativamente para o sustento financeiro da casa, sendo que em mais da metade dos casos (59,7%) eles são os principais responsáveis.

Sissa Schultz. Foto: Arquivo pessoal.

          Sissa Schultz é poeta, escritora, tem 79 anos, é mineira de Juiz de Fora, mas mora em Niterói, RJ, há 51 anos. Está aposentada desde 1984 e nunca parou de trabalhar.

          “Nunca pude parar de trabalhar, porque eu era separada e meu ex-marido dava pensão para meus filhos, porém, ele perdeu o emprego e não teve mais condições de dar a pensão. Então, comecei a ir a Juiz de Fora buscar linguiça e queijo para vender. Também vendi bijuterias, roupas, até que comecei a trabalhar com eventos na década de 90”, diz Sissa.

          Em sociedade com uma amiga, Sissa abriu uma produtora e editora de livros. Fizeram agendas com a cultura cigana, porém, 2 mil agendas vieram erradas e foi preciso fazer uma 3ª edição e indicaram uma editora, onde eles gostaram do assunto e fizeram 5 mil agendas. Mais tarde, Sissa foi convidada por esta editora para ser distribuidora de agendas e produtos, nas papelarias e livrarias de Niterói.

          “Estou nisso há 24 anos e continuo. Com a aposentadoria pelo Estado, eu recebo R$ 1.140 por mês e como distribuidora, ganho em média, R$ 2.000 reais mensais. É a minha sobrevivência”, afirma a aposentada.

Sissa Schultz. Foto de Rose Madeo.

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