quarta-feira, 26 de novembro de 2014

São Gonçalo vai produzir 200 toneladas de mel por ano

Por Marina Rocha (7º período)

Indesejadas por seus ferrões, as abelhas viraram sinônimo de trabalho em São Gonçalo. É o projeto Iramaia, que desde setembro inaugurou na cidade a Casa do Mel com entreposto que, em dois anos, deve empregar 300 pessoas e produzir uma média de 200 toneladas de mel por ano.

Ubiraci Soares é o idealizador do projeto Iramaia

O curso que ensina todas as etapas de produção do mel é gratuito e tem duração média de quatro meses. Até agora, 30 pessoas já foram qualificadas e estão trabalhando na cooperativa do mel. Eles estão na fase de captura das abelhas, que são armazenadas em caixas, para só então começar a produção de mel. Idealizador do projeto e presidente da AMAII, Ubiraci Soares está todo orgulhoso.

"O curso ensina a trabalhar com abelhas com ferrão e sem ferrão, desde a captura até o processamento do mel. Tem até aulas de primeiros socorros, para se for picado por animais peçonhentos. Estamos iniciando o projeto, mas a intenção é ganhar o Brasil", disse.

A ideia surgiu da necessidade de melhorar a renda dos pescadores da região, que tiveram redução em suas atividades. Soares aponta que o objetivo é oferecer estabilidade a estes trabalhadores. "Tenho certeza que muitos vão deixar a pescaria. Hoje um pescador artesanal não tem como planejar a vida, ele pesca pra sobreviver. A expectativa é que a cooperativa renda um salário de dois salários mínimos (cerca de R$ 1,5 mil) para cada trabalhador", falou.

A pesca tem sido prejudicada por alguns fatores, como explicou o superintendente do Instituto Baía de Guanabara Adauri Souza. "A intensidade das atividades comercial e industrial desenvolvida na Baía de Guanabara resultou na redução na área liberada para pesca. Além disso, as poluições da água e sonora espantam os peixes", enumerou.

Pescadora há 25 anos, Taciana Maria dos Santos, de 43, divide um barco com seu marido, mas aposta suas fichas no novo ramo. "O projeto caiu como uma luva pra gente. antes eu tinha medo de abelha, hoje não posso ver uma passar que já quero ir atrás para descobrir a colmeia. A esperança é que a gente consiga um bom rendimento com o mel para largar a pesca", contou.

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