por Marcos Pedro Crelier
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Uma faixa de protesto foi erguida no campus da faculdade de Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense) nesta quarta (3), no Ingá. A frase no pano preto dizia "Liberdade para o DJ Rennan", fazendo referência ao DJ Rennan da Penha, dono de alguns dos principais sucessos do funk no momento e considerado foragido da Justiça.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou Rennan a seis anos e oito meses de prisão, devido à associação com o tráfico de drogas. Segundo os investigadores da Polícia Civil, o artista seria o "DJ dos bandidos, responsável pela organização de bailes funk proibidos nas comunidades do Comando Vermelho para atrair maior quantidade de pessoas e aumentar as vendas". A Polícia alega ainda que, segundo testemunhas, o DJ seria o "olheiro do tráfico", alertando os traficantes sobre a movimentação de policiais.
A condenação foi alvo de críticas por parte de instituições, como a OAB-RJ, e também por movimentos sociais, que enxergam no caso uma tentativa de criminalização do funk. "O sistema da justiça criminal, nesse caso, está sendo usado contra setores marginalizados da sociedade com a finalidade de reproduzir uma ideologia dominante em detrimento da cultura popular", afirmar Paulo Henrique, estudante da Faculdade de Direito da UFF.
A faixa na universidade foi erguida pelo coletivo Direito Popular, grupo formado por estudantes, advogados e professores que atua "em defesa dos direitos humanos e do estado democrático de direito". Sobre a manifestação do coletivo, a UFF emitiu nota, na qual afirma respeitar "as diferenças políticas e ideológicas e a garantia do livre debate de ideias".
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