quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O Espírito Comum: Comunidade, Mídia e Globalismo, de Raquel Paiva

Letícia Carioly
7º período

Resenha

O Espírito Comum: Comunidade, Mídia e Globalismo, de Raquel Paiva



Referência em uma área que cada vez mais ocupa seu espaço na sociedade contemporânea, a obra "O Espírito Comum: Comunidade, Mídia e Globalismo", da autora Raquel Paiva, lançado no ano de 1998, e publicado pela editora Mauad, aborda o conceito de comunidade e comunicação comunitária, além do sentimento de autonomia e individualismo. 

Professora da Escola de Comunicação (Eco) da UFRJ desde 1984, Raquel escreveu este livro com base em sua tese de doutorado em Comunicação e Cultura, com orientação de Gianni Vattimo e Muniz Sodré e não é de se espantar que, mesmo antes da explosão das redes sociais na intenet, suas conclusões façam tanto sentido. 

Segundo a autora, comunidade cooperativa é uma sociedade "com pessoas com objetivos em comum que montam uma estrutura para resolver seus problemas" e analisa o conceito de comunidade ao longo do livro. Somente no capítulo final, Raquel diz a respeito da comunicação comunitária em si e afirma que emissoras de televisão, de rádios e jornais podem ser considerados comunitários.  Paiva explora diversas leituras e, dessa, aponta que a comunidade é um grupo com seu território, que convive em "solidariedade, identificação, união, altruísmos e integração".

No estudo acerca da mídia, com a velocidade e o excesso de informação, a autora difere a comunicação feita pela comunidade da comunicação feita pela mass media. A comunicação comunitária é uma forma humanizada de transformar o indivíduo e a sociedade em si pela comunicação, algo que não é feito pela mass media. 

O distanciamento provocado pelas novas tecnologias e o "estar online" são vistos por Raquel como a quebra da comunicação e do contato físico, citando o exemplo do hiper-real, de Jean Baudrillard, o que nos distancia do real. Essa tese está ligada ao fato das pessoas estarem juntas num mesmo local e trocar mensagens pelo celular, através da internet, ao invés de conversar. 

A autora conclui afirmando que há chances da tecnologia ampliar os horizontes da comunicação comunitária, disseminando informações que trazem democracia, ao tornar público questões de uma região. Assim, as pessoas exercem a cidadania e refletem sobre questões sociais, afim de formarem a esfera pública. 

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